terça-feira, 4 de setembro de 2007

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Só pensam naquilo

"Eu queria o olhar dos cegos, para ver
As coisas invisíveis e as coisas tocadas pelo Espírito.
Eu queria, por um momento, o olhar dos cegos,

Para distinguir as luzes e para ver a luz pura e única"
(Augusto Frederico Schmidt)

Vivemos momentos difíceis no entendimento da fé cristã. Os valores que os apóstolos passaram nos escritos do Novo Testamento perderam sua validade neste mundo pós-moderno. O Deus sagrado, misterioso, abscôndito, invisível, que falava ao coração, com voz mansa e quase imperceptível, que era buscado em meio a lágrimas e súplicas em madrugadas silentes, esse Deus desapareceu e modernizou-se. Hoje se tornou comum líderes conversarem com Ele, assim normalmente, numa espécie de "viva voz", e Dele ouvirem ordens e sugestões.

Mudou também a compreensão da Bênção Divina na vida de seu povo. Antes ela era reconhecida pela paz de espírito, pela singeleza e pela alegria. Já não vemos mais ninguém dizendo: "Estou mais humano.... leio mais poesia.... aprendi a ouvir.... relaciono-me melhor com as pessoas.... não penso somente em mim.... sinto alegria comendo o meu pão de cada dia... agradeço a Deus em todas as coisas...".

Agora, bênção dos céus precisa ter materialidade: avivamento mede-se em número de pessoas que a igreja ganhou e não pela qualidade de vida gerada, e prosperidade é conferida pela conta bancária e pelo tipo de veículo automotor que possui, numa deturpação da visão do Antigo Testamento em que rico é o que tem muito (camelos, ovelhas, terras). Só não compraram a idéia de ter muitos filhos ("feliz os que enchem deles a sua aljava").

Sob qualquer ótica de análise do comportamento humano, entende-se que é patológico, é doentio, quando somos dominados por uma irresistível compulsão de idéias e pensamentos fixos, que é diagnosticado como obsessão. Certamente Deus não quer um povo que só pensa "naquilo". E esse "aquilo" é da pior espécie, pois se trata de uma perversão espiritual, uma inversão dos pressupostos bíblicos do que é riqueza de vida, e transforma em fetiche aquilo que deveria ser secundário.

Peguemos uma frase-símbolo desse modo de pensar: "Deus é fiel". Sem dúvida que Ele é. Entretanto, Ele não é só isso, é também um Deus de justiça, misericórdia, Deus que vê, julga, e deseja um relacionamento sadio com seus filhos. Essa frase não foi pinçada aleatoriamente da bíblia, ao contrário, ela é paradigma da visão deturpada de nosso tempo. Já vi inscrita até na porta de bares. Há uma ponta de vaidade nas Hilux, Toyotas e Pick-Ups reluzentes que ostentam a inscrição que aponta para a suposta fidelidade de Deus aos seus donos. É como se dissessem: "Tá vendo? Ele não podia deixar de fazer isso para mim". Virou uma espécie de "abra-te-sésamo" espiritual, e dependendo de quem a utiliza, chega a soar como uma cobrança: se Ele diz que é fiel, Ele tem de cumprir.

Pensemos nos seguintes casos hipotéticos: Seu amado perdeu o avião que se acidentou.... Você foi promovido e o seu salário dobrou... O resultado do exame médico foi negativo.

Qual a conclusão óbvia? Ora, se eu ganhei, recebi, alcancei, aumentei, restituí, logo concluo que Deus é fiel ao seu "chapa" aqui na Terra.

Muito bem, vamos caminhar um pouco mais, agora apontando para o lado oposto: Seu amado estava no avião da tragédia... aquela promoção tão esperada foi para um colega menos competente.... e os seus piores temores se confirmaram nos exames: deu "positivo".

Deixou Deus de ser fiel? Caducaram suas promessas? Cessou a sua Graça? Esqueceu o Eterno de ser benigno? Deus também não é fiel no câncer, na solidão, no desprezo, na humilhação, no despojamento, nos fracassos, nas frustrações, na impotência?

A Bíblia diz que Deus pode transformar o mal em bem e suscitar força da fraqueza. Deus efetiva a sua vontade até naquilo que a Ele se opõe. A fé na providência de Deus não significa que o homem esteja livre da dor: "nada pode nos separar do amor de Deus".

Quem só vê a mão divina nas coisas materiais, nos ganhos, no sobejar, quem aprendeu que Deus existe para lhe servir, terá grande dificuldade em lutar com as adversidades, em caminhar de mãos vazias, em orar e não obter as respostas que deseja. Já vi muita gente abandonar a fé por ter uma visão deturpada do Pai. Já vi muita gente esperando a "sorte grande" chegar e, como ela nunca chegou, desistiu de tudo.

Quando pastores usam malandramente o Antigo Testamento tem-se a impressão que Deus só age favoravelmente depois que recebeu os sacrifícios, dízimos, rituais, bom comportamento, e tudo o mais que eram "sombras das coisas que haveriam de vir".

Nada pode tornar Deus mais fiel do que Ele já é. A fidelidade de Deus não depende da minha: "Se somos infiéis, Ele permanece fiel" (2Tm 2.13). Deus manteve-se fiel aos Seus eternos propósitos mesmo a um Davi adúltero, a um Abraão mentiroso, a um Pedro praguejador. Ninguém recebe algo do Senhor por mérito, pois todos somos incapazes de satisfazer as exigências do Pai de termos uma vida totalmente agradável a Ele. Se fôssemos pagos com base na justiça, "todos iríamos parar no inferno" (Philip Yancey). Na verdade, todos nós fracassamos com Deus.

Tudo o que recebo, tudo o que tenho e sou só tem existência porque "Deus é Graça". A Graça independe de mim, só do Eterno. A Graça agrega uma palavra belíssima - a misericórdia - e eu preciso de misericórdia de Deus todos os dias. Só os tolos acham que merecem alguma coisa. Quando Deus permitiu a Davi escolher um dos três castigos que lhe apresentou, ele não titubeou: "prefiro cair nas mãos do Senhor porque muitas são as suas misericórdias" (2Sm 24.14). Só é abandonado à própria sorte o obstinadamente orgulhoso espiritual.

Jesus disse que o seu Reino não é deste mundo, mas os crentes gospel mergulharam de cabeça nele. Paulo pediu para pensarmos "nas coisas lá do Alto", mas os modernos cristãos preferem pensar "naquilo"...

Pr. Daniel Rocha, psicólogo e pastor metodista

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Nesta mensagem ministrada pelo Pr Gary Haynes, baseada em Tiago 5 : 13 - 15, aprendemos através da palavra de Deus as etapas e segredos para conquistarmos a vitória em Cristo Jesus. De forma simples e objetiva, nos impulsiona a entregar todos os nossos problemas nas mãos do Senhor e rejeitar as cargas que o inimigo tenta depositar em nossas vidas, tornando-as amargas e sem ânimo.

Então, seja motivado a tomar a iniciativa de louvar e agradecer a Deus pelas coisas que parecem simples e sem importância. Adore-o pelo que Ele é. Exalte-o por aquilo que já tem feito em você. A gratidão e adoração verdadeiras são alguns dos segredos para alcançarmos a vitória plena e a fé é o principal ingrediente para liberar o milagre de Deus em nós.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Há 30 dias atrás...

Hillsong United no Brasil

Arena Skol Anhembi. 28 de julho de 2007. 10ºC e chuva. Mas o calor e a alegria de cerca de 50 mil jovens não foram abalados. Por quê? A banda de rock cristã Hillsong United estava ministrando um show pra lá de agitado e ungido naquele lugar. As pessoas começaram a chegar ao local na madrugada da sexta pro sábado e os portões foram abertos às 18h, mas isso não desanimou a galera que estava com os corações ardentes para louvar a Deus juntamente com o United.


A Equipe Atos esteve presente para cobrir o show na íntegra, minuto a minuto, desde a chegada da banda na igreja Bíblica da Paz, onde foi realizado um workshop e a coletiva de imprensa, até o último instante do show, quando a banda australiana se despediu dos brasileiros calorosamente.

O Workshop

O workshop começou as 16:00h com a palestra do Pr. Phil Dolley (o pastor de jovens da Hills Church). Ele falou sobre como montar um ministério edificante de jovens e quais as principais colunas do ministério jovem da Hills Church e explicou que a banda Hillsong United é somente um dos projetos, entre outros trabalhos de missões, evangelismo etc. Logo após, foi a vez da banda Hillsong United subir ao palanque e responder às mais variadas questões que foram colocadas pelos jovens e líderes de jovens presentes no workshop. Os integrantes da banda explicaram que, naturalmente, a cultura australiana é diferente da brasileira e que, provavelmente, algumas das estratégias usadas por eles no evangelismo na Austrália talvez não funcionassem no Brasil, mas que nós deveríamos orar e pedir revelação de Deus de qual estratégia cada um de nós deve usar para evangelizarmos nossos colegas, amigos e familiares.

A Coletiva de Imprensa

Começou às 17:30h e reuniu grande parte da imprensa gospel e secular. Durou apenas 20 minutos, mas foi o suficiente para os caras do United responderem a questões relevantes sobre a origem do grupo e a responsabilidade que eles têm por serem tão famosos e vistos como exemplos a serem seguidos.


O Show
A banda surgiu no palco às 19:30h e a formação era: Joel Houston (vocal/violão), Jonathon Douglas – JD (Back Vocal), Jadwin Gillies (guitarra/vocal) e outros. Os solos e vocais femininos ficaram por conta da Annie Machintosh, que estreou como back vocal no álbum We Stand e progrediu consideravelmente desde então, não deixando a desejar nos solos e nas ministrações. O repertório foi majoritariamente retirado do We Stand como From The Inside Out, The Stand, None But Jesus, Fire Fall Down e Take It All. Do novo album, o All Of The Above, as músicas tocadas foram Hosanna, Break Free e Saviour King. Uma das músicas que mais arrebatou a galera na adoração foi Take All Of Me, do álbum More Than Life. Ministrada por Jad, a música foi cantada por milhares de jovens com as mãos levantadas ao céu e olhos fechados naquela noite fria de São Paulo.
A palavra foi dada pelo pastor Phil Dolley e foi baseada em Atos 3. Ele falou sobre como deve ser uma a nova Geração, que esta geração deve sair e levar o Evangelho assim como Pedro João e, através disso, Deus operar coisas maravilhosas, mudar nossa cidade, mudar nosso mundo para Jesus Cristo, mas para isso, precisa haver coragem e braveza! É hora da Geração Corajosa se levantar e não se contentar apenas com os domingos, mas exercer sua bravura em todos os dias da semana! Fazer das circunstâncias inconvenientes, oportunidades para a operação de Deus!
Logo após, o Hillsong United voltou ao palco e continuou a tocar e agitar a galera. E no bis, fecharam a noite com chave de ouro e uma grande celebração. Tocaram One Way pedida pelo público e All Day.
Foi uma noite de muito louvor e adoração, onde a manifestação da presença de Deus foi evidente. O ministério de louvor de jovens da Hills Church mostrou que não é formado somente por jovens que cantam e tocam muito bem, mas por servos de Deus que têm se separado para a Sua obra, fazendo a diferença através da música. Sobre o Brasil, Joel declarou que tem viajado por muitos países, porém nunca viu um povo tão apaixonado por Jesus como o povo brasileiro e que era uma honra estar conosco.

Como foi que tudo começou?
Hillsong United é o nome dado à união de todos os grupos de jovens da igreja de Hillsong: Fuel (idades 11-14), os Wildlife (15-18), o Powerhouse (18-25) e o Frontline (25-35). Hillsong United hospeda uma variedade de acampamentos e de conferências diferentes durante todo o ano incluindo Encounterfest, encontro onde o grupo grava o seu CD/DVD anual. A música produzida pelo grupo é para louvor e adoração com um estilo pop-rock contemporâneo, com algumas influências de punk rock. O primeiro álbum (Everyday) foi gravado em 1999 e desde então, o sucesso foi crescente e vertiginoso. A grande mentora da trupe é Darlene Zschech, que já gravou 40 álbuns de louvor e adoração com seu grupo de louvor Hillsong e é autora de best-sellers como “Adoração Extravagante” e “O Beijo do Céu”.

Ambos os livros foram lançados no Brasil pela Editora Atos e podem ser encontrados nas melhores livrarias do Brasil ou pelo e-mail suporte@editoraatos.com.br

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Qual é a nossa agenda?

Os versos da canção começam assim:
Que estou fazendo, se sou cristão,
Se Cristo mora em meu coração?
Longe de apregoar o ativismo, quero dar o passo adiante na lógica. Sair da teoria e realmente indagar, já que seremos conhecidos pelos nossos frutos: quais são eles? Diante de um quadro tão carente e tão inundado por desafios, a pergunta deve martelar e martelar no mais profundo de nossa consciência cristã, ultrapassando qualquer limite até que tão somente o Espírito possa nos sustentar.Falta-nos o batismo da realidade. Falta-nos adentrarmos o mundo do qual Jesus orou para que dele o Pai não nos tirasse. Falta-nos a eleição – além da predestinação, para a vocação de uma verdadeira missão. Falta-nos aquela chamada especial, que nos tira da insignificância e da letargia, ressuscita espíritos combalidos e destruídos e traz no tempo presente homens de fé e de grandeza.(Hebreus fala de homens maiores do que o seu tempo: dos quais o mundo não era digno).
Qual a nossa Agenda?
O que ocupa a nossa mente?
O que nos aflige?
Somos tragados pelo nosso isolacionismo, nos perdemos em nossa própria cegueira – no máximo enxergamos a ponta de nosso pé. Outros só vêem até o umbigo. E dele se deliciam.O que se tornou das igrejas? Narcisistas que se lambem e se auto proclamam o melhor dos filhos (ou o único deles)? Que olha no espelho e se pergunta: há alguém mais santo?Roberto Pompeu de Toledo, prega todos os domingos para a nação brasileira. Sem filiação evangélica, treino teológico e com parcos conhecimentos bíblicos – e mais: sem ter recebido aquela unção abençoadora – ele prega. E como prega! Veja, ele inicia o sermão do domingo passado (uma homilia raríssima em nossos púlpitos):

Os distraídos talvez ainda não tenham percebido, mas o Brasil acabou. E elenca os sinais:
. falência do congresso e de outras instituições;
. inoperância do governo;
. a escola que não ensina;. os hospitais que não curam;
. a polícia que na policia;. a Justiça que não faz justiça;
. a violência, a corrupção, a miséria, as desigualdades ...
Talvez por corporativismo (enrustido e indireto) ele tenha preservado a Igreja (e não estou escrevendo da Católica). O certo mesmo seria acrescentar às palavras de Roberto:
. pastores que não pregam;
. evangelistas que não evangelizam;
. adoradores que não adoram (ao Deus vivo); e
. cristãos que não amam.
De novo ressoa em meu consciente: “que estou fazendo se sou cristão?”Realmente falta-nos uma agenda.Tem muito cristão-teórico que tem horror à Nietzsche (aquele mesmo). Só que, por total ausência de agenda, nada fazem para desmenti-lo:
Só conheci um cristão, e ele morreu na cruz.
Por Volney Faustini, diretor-executivo da Editora Atos